Thursday, July 05, 2007

Loose without playing: Ask me how...

Ele há jogos de sorte, de azar, jogos de soma positiva, negativa ou nula, jogos de amores e desamores, há até quem a vida tenha como um jogo ( porventura o maior de todos ) e, desde o passado dia 4 de Julho passou também a haver um jogo no qual se perde ou ganha sem sequer se jogar.

Deixem-me recuar um pouco...

No passado mês de Março, foi lançado com pompa e circunstância, nos meios próprios, um jogo de gestão promovido pelo instituto português de administração e marketing em parceria com o recém chegado semanário sol. A competição, a iniciar a breve trecho, foi apresentada como o Ferrari das simulações de gestão, uma espécie de olimpíada da ciência empresarial.
A realidade que os participantes vieram a encontrar foi, no entanto, bem diferente do que havia sido publicitado, não fosse o IPAM uma pretensa escola de marketing.
Desde inúmeras imprecisões no enunciado do caso, para o efeito referidas como instruções do participante, até um funcionamento deficiente do simulador, passando por um incipiente apoio da organização, cedo se percebeu a flagrante ausência de qualidade e rigor cientifico do evento.
A penosa participação “ very time consuming “, arrastou-se a esforço durante cerca de três longos e intermináveis meses até ao apogeu da ineficiência, o epilogo da incompetência.
Na suposta finalíssima do jogo de gestão 2007, que decorreu nas instalações do IPAM em Lisboa, chegou a confirmação inequívoca do jogo como um fracasso retumbante, uma frustrante perda de tempo, já de si tão escasso bem. Numa espécie de experiência “ twilight zoneassistiu-se a equipes, “ da casa “, que obtinham excelentes resultados mesmo não participando ( não houve quem desse por eles terem sequer gravado as suas decisões no simulador ) enquanto outras, porventura incomodas outsiders, foram objecto de “ saneamento informático, uma vez que foram cirurgicamente impedidas de inserir a respectiva estratégia no servidor da simulação.

Inteligência artificial ou mão humana?

É por estas e por outras, caríssimos amigos, que a recente tendência de acrescentar pomposamente “ business school” ou “ marketing school for business” ás siglas de algumas universidades portuguesas, resulta somente no efeito visual de se conseguir um outdoor como o que cobre a fachada do IPAM em Lisboa mas em rigorosamente nada mais que isso. Continuamos a ter instituições onde impera a ausência de uma cultura de excelência, de alto rendimento, de reconhecimento do mérito e, ao invés, continuamos a assistir passivamente a um desfilar de vaidades inócuas, favoritismos descarados, a velha tradição, tão portuguesa, da cunha e do compadrio.

Por isso mesmo, quando pensar novamente em estudar.... vou emigrar!

Thursday, January 18, 2007


Alinhamento ™

A área das ciências empresariais é porventura uma das que mais evoluções, revoluções e alterações de paradigma têm conhecido nas últimas décadas.
Foi também durante estes anos que os gestores viram serem-lhes apresentadas novas metodologias, novos conceitos (as famosas Buzzwords), novas exigências informativas e de desempenho, novos desafios.
Sendo certo e adquirido que a gestão, à semelhança de outras áreas de conhecimento, também não se furta a modas, mais efémeras ou resistentes, a ultima destas, que parece ter chegado para assentar arraiais, é o alinhamento.
O trabalhador tem impreterivelmente de estar alinhado com o departamento que integra, este ultimo com a estrutura organizativa, que por sua vez precisa de estar alinhada com as necessidades do mercado de forma a ambicionar um futuro risonho.
O alinhamento, que mais não é do que uma trademark de consultadoria para algo que acontece instintivamente nas empresas desde os primórdios da gestão, é-nos apresentado como a panaceia para todos os males, “ the ultimate goal to achieve “.
Acontece que o alinhamento não é um fim em si mesmo e não pode ser encarado como a ditadura empresarial do sec. XXI.
Os grandes avanços da humanidade nasceram invariavelmente de espíritos abertos, mentes desalinhadas com a sabedoria convencional, foram fruto de uma criatividade que não pode estar confinada a estruturas rígidas, a realidades excessivamente modeladas.
Por vezes há que desviar os olhos do caminho para admirar a paisagem, há que saber ampliar o ângulo de visão para perscrutar a periferia. É para mim fundamental que o ser humano conserve a capacidade inata que tem de se exceder na sua própria existência, e que continue a desafiar o status quo diariamente, na senda da excelência...